24 de agosto de 2014

Coluna da Gih: Otimismo


   Eu não sou boa com textos otimistas. Mesmo nos meus dias mais leves e felizes não consigo escrever algo do tipo “vá ser feliz”, não importa o quanto eu queira que você vá ser feliz. Não gosto do jeito que soa, como livro de autoajuda, como se fosse fácil ir ser feliz. Fácil assim.
   O autor desse tipo de texto parece estar atrás de uma vitrine. Ele observa tudo de trás do vidro e da mesma forma é observado. Seu mundo e o mundo lá fora, no entanto, não se misturam. O mundo perfeito e o mundo real.
   Pessoas têm nuances. Sentimentos contraditórios. Disparidades. Pessoas não são possas rasinhas, são oceanos inteiros. E, principalmente, é inútil e é uma besteira classificá-las em felizes ou infelizes, certas ou erradas, boas ou ruins.
   Não sabemos o que é errado; muito menos o que é certo. Quanto à felicidade, posso ser feliz agora e não ser daqui dois anos. Posso ser feliz agora e não ser daqui dois minutos. E ser a pessoa mais feliz do mundo em mais meia hora. Posso ter meu lado bom e meus lados ruins. Eu e o mundo todo. Ninguém é totalmente nada. Ninguém é x sem ser em parte y.
   Tentei escrever um texto otimista hoje mais cedo e acabou saindo algo até meio deprimente. Quem sabe publico um dia desses. Não tenho jeito para textos de incentivo. Mas posso ao menos te fazer pensar.
Gih Delela

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