Eu não sou boa com textos otimistas. Mesmo nos meus dias mais leves e
felizes não consigo escrever algo do tipo “vá ser feliz”, não importa o quanto
eu queira que você vá ser feliz. Não gosto do jeito que soa, como livro de
autoajuda, como se fosse fácil ir ser feliz. Fácil assim.
O autor desse tipo de texto
parece estar atrás de uma vitrine. Ele observa tudo de trás do vidro e da mesma
forma é observado. Seu mundo e o mundo lá fora, no entanto, não se misturam. O
mundo perfeito e o mundo real.
Pessoas têm nuances.
Sentimentos contraditórios. Disparidades. Pessoas não são possas rasinhas, são oceanos
inteiros. E, principalmente, é inútil e é uma besteira classificá-las em felizes
ou infelizes, certas ou erradas, boas ou ruins.
Não sabemos o que é errado; muito
menos o que é certo. Quanto à felicidade, posso ser feliz agora e não ser daqui
dois anos. Posso ser feliz agora e não ser daqui dois minutos. E ser a pessoa
mais feliz do mundo em mais meia hora. Posso ter meu lado bom e meus lados
ruins. Eu e o mundo todo. Ninguém é totalmente nada. Ninguém é x sem ser em parte y.
Tentei escrever um texto
otimista hoje mais cedo e acabou saindo algo até meio deprimente. Quem sabe publico um
dia desses. Não tenho jeito para textos de incentivo. Mas posso ao menos te
fazer pensar.
Gih Delela
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