20 de agosto de 2014

E morreu.



Haverá um dia que o sol nascerá um pouco mais triste. Mesmo dia qual acordarei com maquiagem borrada, neste dia não soltarei sorriso algum, e nenhuma música chegará aos meus ouvidos. Escrever já não parecerá tão legal. Nesse dia, guardarei o rímel no fundo da gaveta, e não irei usar aquela camiseta que você gosta. Depois disso, nunca mais vou sorrir do mesmo jeito. Nem terei pressa para ler qualquer mensagem que chegou. 
  Haverá um dia no qual teus olhos não se abrirão mais. E o mundo será privado do seu sorriso. A partir desse dia, não terei com quem conversar de madrugada. Me perguntarei todas as noites o porquê, acreditarei que esta tudo bem. 
  Esse dia pode ser como qualquer outro dia para bilhões de pessoas, mas, para mim, seria o pior de todos. Pelo simples fato de eu, simplesmente, não imaginar mais um mundo onde você não esteja. Viver em um mundo onde não poderei ouvir sua voz. 
 Shakespeare terminou a vida de um dos mais memoráveis personagens do modo mais simples e real possível. E então ele terminou escrevendo "e morreu". 
  No final de tudo, é assim que termina, e morreu. Nada é mais simples que a morte. Nada. Difícil? Só pra quem fica vivo tendo que conviver todos os dias com a idéia da morte. 
  E haverá um dia em que eu não abrirei mais meus olhos, não poderei ver meus lugares favoritos, nenhuma melodia chegará aos meus ouvidos. Mas, com toda certeza, a última melodia que chegaria aos meus ouvidos seria tudo voz, e meu último pensamento seria teu sorriso, e nada de mais depois disso, aliás tudo termina do mesmo modo, e morreu

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