Mais interessante naquela festa, o Vô Nino.
E o velho nem falava! Abria a boca e saiam só cicios. Ê, Vô Nino! Sempre com
seus cigarros. Olha no que deu...
De resto, uns melhores que
outros. O irmão do Vô Nino, esse se entregou a outra ordem de prazeres; depois
da quarta cerveja roncava na cadeira. Suas filhas trigêmeas, magras, loiras e
velhas. “Melhor fumar que falar mal dos outros”, e davam uma baforada.
Uma delas
era solteira, a outra mãe, a outra avó. Os filhos de uma brincavam com a neta
da outra, de pega-pega, ou pique-pega, ou pique-esconde, ou esconde-esconde.
Haja
pique!
A que era
solteira soltava uns suspiros.
Os pais
das crianças, mais dois ou três primos avulsos, discutiam futebol sem muitas
polêmicas, já que torciam todos para o mesmo time. E não muito longe alguns
idosos, os anciãos da família, é uma forma de dizê-lo, comiam o bolo de ameixa
seca e falavam da vida da Dona Jurandir, do Paulinho, do Luís.
E havia os
conhecidos. Os conhecidos não eram primos. Os conhecidos não eram nem parentes.
Eram meia dúzia de gatos-pingados que estavam em todas as ocasiões da família,
desde que era possível se lembrar. Os conhecidos compareciam mais que alguns
primos. E ninguém sabia bem por que eram convidados.
Recostado
numa parede, caladão, um adolescente. Não saberia dizer neto de quem; eram
tantos os idosos... O fato é que ele observava tudo de longe. Tudo e todos.
Mantendo distância, dizendo nada. Observava a festa. Caramba... Que festa...
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