“Não tenho nenhum interesse
em ler sobre o Dante e o Aristóteles fora da escola.” Ouvi isso outro dia. Primeiro
de tudo, tem sim. Você só não sabe. Mas já vou esclarecendo que Aristóteles e
Dante Descobrem os Segredos do Universo, de Benjamin Alire Sáenz, não tem nada a ver com o filósofo grego
e o autor da Divina Comédia. Tem a ver com dois adolescentes do final dos anos
80, o Ari e o Dante. Eles podem parecer não ter muito em comum além da idade e
da descendência mexicana. Dante é todo alegre e Ari é meio infeliz. Dante se dá
bem com todo mundo e Ari não tem amigos. Dante lida bem com emoções e Ari
não... Mas eles viram grandes amigos logo que se conhecem. E passam por muita
coisa juntos nos dois anos que se seguem.
É um livro apaixonante. Não
só pela fluidez e pela escolha de palavras admirável (“Aposto
que às vezes é possível desvendar todos os mistérios do Universo na mão de uma
pessoa.”), mas pelos personagens.
Eles são confusos, eles são incertos, eles não se conhecem bem, eles estão
crescendo. São adolescentes genuínos. Muitos dos diálogos do livro são
conversas que eles têm sobre a vida. E você se pega pensando, “É, é assim
mesmo.” Dante é o seu lado alegre; Ari é o seu lado melancólico. Os dois são
reais.
E sim, o desenlace é daqueles
que faz você reler o livro porque não tem mais. O desespero é tanto que comecei
a ler os livros favoritos dos personagens para ver se encontro um pedacinho
deles.
Leia, e quando acabar
poderemos sentir falta do Dante e do Ari juntos.
Gih Delela
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