29 de junho de 2015

O silêncio diz tudo



"Então eu saiu gritando e bato a porta - estou cansada! - e você diz - eu que estou! - e sem rumo acabo indo parar no mesmo lugar que todas as outras vezes e ouvir aquela mesma música, tomando o mesmo café, tão perdida quanto nas outras vezes. E você vai atrás de mim e se desculpa - a culpa é minha - admito. Voltamos rindo, apesar das lágrimas secas no rosto, a música de fundo que toca no carro não é motivo para discussão, somos iguais, as mesmas aflições, medos, raivas e gostos. Penso que em qualquer lugar do mundo eu sentiria tua falta - sentirei tua falta. - teu rosto sem reação, tua expressão me diz que acredita em minhas palavras. O silêncio domina e eu penso no tempo que perdemos brigando, não com essa briga, mas com todas as outras. E depois combinamos de jantar no fim da noite, e você atrasa, eu vou para o carro e bato a porta - você demora muito. - e tu não responde, fico brava, mas não brigo. A essa altura já não vale a pena perder tempo com isso. - Vou sentir saudades. Juro que vou. - e você não responde, teu rosto diz que acredita em minhas palavras. O silêncio domina. Basta. Já tenho minhas respostas.

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