8 de junho de 2016

Gira mundo cão, gira!


Um ano muda muita coisa. O último ano mudou mais do que os últimos cinco. Sempre acreditei naquela frase que diz que os dias mais importantes de nossa vida é o dia em que nascemos, e o dia que descobrimos o porquê. Por todas as pessoas que conheci no último ano, de todos os lugares do mundo, algumas que nunca mais verei, e outras que ficarão para sempre, garanto apenas que não serão esquecidas. 
 Às vezes me pego pensando que devo estar aqui para conhecer pessoas, de todos os lugares, pois nada me agrada mais que isso. Esse texto, dedico à todas elas, que me mudaram de alguma forma, mesmo sem saber. Não importa quantos adeuses já passaram por nossas vidas, nunca nos acostumaremos, gosto de pensar que são apenas um "até logo", mesmo que provavelmente não sejam. Esse é o preço que se paga por ter amigos em vários cantos do globo. Quando se mora fora do país, elegemos nossos lugares favoritos, novos amigos e um novo lar. Quando se pensa em voltar para casa, o conceito de Casa já não parece correto. Não se engane, "casa" nunca mais será a mesma coisa. Chega a ser estranho pensar no assunto. Quando eu regressar ao Brasil, muitas pessoas já terão partido, para uma nova casa, ou para o antigo lar. Não verei as coisas com os mesmos olhos. E o outro lado do mundo parecerá tão mais perto. 
 Quanto mais se viaja, mais se quer viajar. Já faço mil planos futuros, os lugares que quero conhecer, os idiomas que quero aprender, e os amigos que um dia hei de reencontrar. Já não consigo lembrar de minha vida antes de tudo isso, parece tão monótono que assusta. Viajar é deixar um pedacinho do coração em cada lugar que se passa. 
 E aos amigos que estão longe, nos vemos em breve, em algum lugar mundo afora, com novas histórias, novas piadas, mas que seja com o mesmo coração e ânsia em conhecer o mundo. Até logo.   

3 de abril de 2016

Poema de fim de tarde: Azul

Azul

Cada vez que me despeço do sol sentada na areia
traço a ideia de que acaba ali mais um dia único.
A verdade é que todos os dias são únicos,
sem que ninguém se dê conta.
E espero sempre por uma grande mudança
que na verdade acontece continuamente,
sem que ninguém se dê conta.
Por todas as horas que gastei andando sem rumo pelo centro,
no fundo tinha esperança de achar alguma coisa que mudasse tudo.
É que alguma coisa pode mudar tudo para alguém,
mas nunca vai mudar tudo para todo mundo.

O tempo é um bêbado que corre em círculos desgovernado
e acaba esbarrando na gente hora ou outra.
Já desejei eternidade para várias situações
sem a dimensão do que eterno quer dizer - pois nunca saberei -
o tal eterno talvez seja azul, como o mar e o céu.
E talvez as pessoas devessem parar de procurar o eterno,
ele até parece um cara legal pelo que ouço falar,
mas não acho que seja o ideal para ninguém.
As pessoas deviam parar de ter certeza, e começar a ter dúvidas,
talvez as dúvidas sejam vermelhas, a cor oposta ao azul.
Alguém sempre acha uma resposta para todas as perguntas.
Mas as respostas também são vermelhas, pois nem todos as aceitam.
Talvez no fundo tudo seja mais vermelho que azul.
Talvez até o tempo que continua correndo em círculos prefira vermelho.
O azul do mundo deve ser uma representação da eternidade de pontos vermelhos,

que sempre existirão.

28 de março de 2016

Prazer, essa sou eu.

 Hoje em uma crise de estresse absurda, coisa que já não me acontecia há tempos, decidi que odiava cachorros, agora já amo outra vez. Eu não sou fácil, nunca fui! Não julgo as pessoas que já desistiram de mim.
 Faço mil planos, e depois mudo os mil. Às vezes quero viajar o mundo, outra hora quero ficar em casa. Falo sobre a festa do próximo sábado a semana toda, e quando chego na festa quero ir embora e assistir um filme. Eu choro sem motivo (sem estar de TPM), eu também dou risada por qualquer coisa. Não gosto quando falam alto, por mais que eu fale alto algumas vezes.
 Antes eu lia poesia, agora leio apenas clássicos lusitanos. Há um tempo atrás estava lendo algumas tragédias gregas. No fim, sou fiel mesmo à coluna do Gregorio, toda segunda-feira, na Folha.
 Não se trata de indecisão, se trata da constante mudança pela qual passo desde sempre.
 E sempre tem alguém que me odeia, e sinceramente não me importo com esse ódio gratuito. Gosto de debater opiniões de forma civilizada, de preferência respeitando os direitos humanos. Talvez isso incomode as pessoas.
 Não tenho muitos amigos, mas conheço bastante gente. O vinho mais suave que existir, por favor. Eu amo conversar, muito. Sobre as fases da lua, política, os conflitos da Palestina, a loja que abriu naquele shopping perto de casa, o último capítulo da novela, o filme que está em cartaz, a peça que vi na semana passada, as metas para os próximos dez anos, ideias para salvar o planeta e até sobre a receita de um bolo de chocolate aleatório, mas também gosto do silêncio, de sentar em algum lugar e olhar o céu, ouvir o vento ou o som que o Big Bang faz hoje. Já mencionei que o nome do blog tem tudo haver comigo? Like the Big Bang! Sempre em expansão, faz tanto barulho que a gente nem ouve mais. Essa sou eu, prazer! Eu canto o tempo todo, e isso não quer dizer que necessariamente canto bem. E escrevo o tempo todo, mesmo que vá para o lixo depois, espero que não se incomode. Gosto de tardes de domingo chuvosas com um café bem quentinho, que sabe assistir uma peça.
 Andar pela Av. Paulista, descer a augusta para ir naquela loja de discos que sempre tem novidades não tão novas assim. Ouvir música clássica em algum lugar. Amo tanto. Moonlight Sonata é muito amor. Esse texto não é exatamente uma apresentação, é mais um "Ei, olha, eu sou um pouco mais complicada do que pareço".
 Meus amigos sofrem com os meus desabafos, minhas crises de choro, alegria e amor próprio.
 E esse foi o texto para dizer "Olá, estou voltando com o Blog". Espero que gostem.

10 de julho de 2015

Adeus ou até breve?

De uns tempos pra cá decidi que o blog já não me fazia tão bem quanto antes. A culpa não é do blog, coitado. A culpa é minha. Eu que venho acumulando mágoas por aqui, desculpem. Tirarei férias de mim mesma só pra escrever. Espero que entendam. Obrigada <3

29 de junho de 2015

O silêncio diz tudo



"Então eu saiu gritando e bato a porta - estou cansada! - e você diz - eu que estou! - e sem rumo acabo indo parar no mesmo lugar que todas as outras vezes e ouvir aquela mesma música, tomando o mesmo café, tão perdida quanto nas outras vezes. E você vai atrás de mim e se desculpa - a culpa é minha - admito. Voltamos rindo, apesar das lágrimas secas no rosto, a música de fundo que toca no carro não é motivo para discussão, somos iguais, as mesmas aflições, medos, raivas e gostos. Penso que em qualquer lugar do mundo eu sentiria tua falta - sentirei tua falta. - teu rosto sem reação, tua expressão me diz que acredita em minhas palavras. O silêncio domina e eu penso no tempo que perdemos brigando, não com essa briga, mas com todas as outras. E depois combinamos de jantar no fim da noite, e você atrasa, eu vou para o carro e bato a porta - você demora muito. - e tu não responde, fico brava, mas não brigo. A essa altura já não vale a pena perder tempo com isso. - Vou sentir saudades. Juro que vou. - e você não responde, teu rosto diz que acredita em minhas palavras. O silêncio domina. Basta. Já tenho minhas respostas.