Percebi que na verdade acreditamos no que queremos acreditar. Mesmo quando você sabe que é mentira, quando seu cérebro quase grita lançando a razão na sua consciência, se o coração conseguir falar mais alto, não há nada que possamos fazer. O amor nos faz acreditar nas coisas mais improváveis, a sonhar com as coisas mais impossíveis, nos faz delirar com coisas simples, como um bom dia, um olá, ou menos do que isso, um sorriso basta.
Gostaria de acreditar em horas iguais, em pétalas, em estrelas cadentes, no horóscopo, ou nas teorias malucas das revistas. Gostaria de acreditar que dessa vez será diferente, e que já aprendi a lição, mesmo que tudo isso seja mentira, me convém acreditar.
E agora me convém acreditar que ele um dia lerá isso, mesmo que eu saiba que isso não acontecerá. Acreditarei todas as vezes que alguém disser que gosta do que escrevo, toda vez que alguém disser que ele é diferente, todas as vezes que alguém disser que combinamos, todas as vezes que ele sorrir, acreditarei em cada música que eu acho que combina exatamente com a situação, em todos os filmes melosos. Mas, acima de tudo, acreditarei que a cada passo que eu der, a cada escolha que fizer, a cada vez que eu respirar, cada minuto que penso nele, é apenas um passo para o futuro que na minha cabeça um dia teremos, por mais que seja mentira...
(Texto de 14 de Dezembro de 2012)
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