14 de abril de 2015

Coluna da Gih: Bloqueio


    Socorro. Estou passando por um bloqueio.
    Não sei dizer o que é. O trabalho, a falta de tempo, o foco na dança? Não estou deprimida nem superando algum término de relacionamento. Não abandonei a leitura. Não me esqueci das palavras. Só sei com certeza que ou eu escrevo e nada de bom sai, ou não escrevo nada.
    E eu estava numa boa fase. Se fosse famosa, é o que os críticos diriam. Mas não me interesso pela fama. O fato é o seguinte: eu estava gostando do que escrevia, e cada vez mais. E agora... Nada.
    Eu começo um texto: No dia em que Dona Ana resolveu-se por comprar um gato... Nada. Uma poesia: Nunca fomos meninas/de brincar de casinha./ Brincávamos daquilo que... Nada. Uma resenha de livro: As Virgens Suicidas, de Eugenidas, é... Nada.
    Mesmo nesse texto de desabafo, atinjo um ponto em que não tenho mais o que dizer, e perceberei pouco adiante que o que escrevi nesse papel vale pouco mais que a literatura de uma bula de remédio.
    Cheguei a esse segundo momento. Já basta, antes que eu chegue ao terceiro e derradeiro: o de jogar a folha fora. Vou publicar unicamente como explicação pelo meu sumiço. Mas já começo a mudar de ideia.
    Espero poder voltar logo.
    Torça por mim.

    Giovanna Delela

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